terça-feira, 10 de abril de 2012

O que eu gostava mesmo é que me deixassem trabalhar

Com a minha preparada saída do executivo sindical do SIM ganhou forma o regresso quase a tempo inteiro à prática médica.
Aproveitei para pedir mobilidade do ACES Oeste Norte para o ACES Cova da Beira, deixando desgosto na minha estimada Directora Executiva Teresa Luciano e no meu coordenador de UCSP e meu médico de família, Carlos Inácio.
Estou certo que me desculparão mas o apelo pelo regresso às origens falou mais forte.
E fiz a coisa by the book.
Minuta Pires Miguel num advoguês de primeira, cartinhas registadas com aviso de recepção para os Srs. Presidentes das ARS de Lisboa e Vale do Tejo e do Centro, ofício para SE o Ministro, na mesma base, não fosse haver problema na delegação de competências de mobilidade entre regiões.
A ARS LVT, com o seu Vice Luis Pisco em excelente plano, deu sequência à coisa, registada a inevitável negativa do meu local de origem. E informou-me de tal logo no início de Março.
Rumei à Covilhã logo que passei a pasta do SIM, esperançado que o receptador seria lesto.
Enganei-me e o absurdo aconteceu (e mantém-se).
No Centro a decisão de aceitação ainda não foi oficializada.
Sou um apátrida.
Já sei para onde vou trabalhar. Já conheço os meus colegas. Já com eles reuni para decidir os feriados na Consulta Aberta e as férias. Já tenho horário para distribuir com elegância as minhas 41 horas semanais (menos uma horita por já ter 55 anos).
Os utentes de Janeiro de Cima (354), de Bogas de Baixo (210), de Bogas de Cima (463), de Barroca (334) e de S. Martinho (182) lá estão ainda com a minha colega, ansiosa pela minha chegada que lhe permita reclassificação e aproximação da Sede.
A Consulta Aberta, que ainda funciona na antiga Urgência do Hospital do Fundão, reclama por mais uma cabeça, esgotada que está na sua manutenção política e no uso que os utentes lhe conferem - a de Urgência.
Enquanto não for oficializada a minha mobilidade não existo, Não existindo não posso ter password para o SAM e o Sinus, para o Alert, para o receituário e a prescrição de EAD. Não posso sequer ter vinhetas, ainda necessárias em S. Martinho, extensão onde a net teima em não chegar.
Visito a minha UCSP com frequência. Dou um saltinho, por vezes, ao ACES.
Nada. "Ainda não sabemos de nada sr. doutor", verbalizam as educadíssimas, simpáticas e dedicadas assistentes administrativas.
Haverá alguma razão lógica para que eu esteja à espera há mais de 40 dias para poder começar a trabalhar?



quarta-feira, 14 de março de 2012

Retorno à normalidade

No passado dia 10 de Março o Congresso do SIM elegeu um novo executivo.
Como prometido há 3 anos cessei a minha actividade sindical executiva.
Fui eleito Presidente do SIM, presido ao Conselho Nacional, tenho assento na Secretariado Nacional, sem direito a voto, tenho espaço de representação mas, felizmente, reganhei espaço para voltar à minha actividade assistencial.
Saio da 1ª linha com grande felicidade. Deixo o SIM independente, sério e governável. Saio, como 1/3 dos secretários, para permitir renovação geracional.
Saio para inverter uma lógica comum das organizações sindicais e associativas - a da perpetuação no poder.
Pedi transferência para o ACE Cova da Beira. Saio da ribalta e entro no interior mais sereno de Portugal.
Regresso ao que sempre fui: médico.
Mantenho-me, por respeito estrito ao cargo que desempenhei e ao Sindicato que me honrou permitir-me representa-lo, indisponível para qualquer cargo privado, de nomeação governamental ou de eleição em qualquer outra estrutura associativa.
Bem haja a todos.