quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O Império Romano

Perverso classificou Silva Pereira o despacho dos senhores magistrados do Ministério Público sobre o caso Freeport.
Só uma mente capturada não lhe dá imediata razão.
A Justiça e, principalmente, o Ministério Público atingiram um nível muito perigoso de descrédito e de insustentabilidade.
Clamando autonomia, criam laços promíscuos com a política e a comunicação social.
Arquivando, despacham com aleivosias opinativas.
Ao inocente abrem portas para condenação na praça pública.
Ao condenado lançam a suspeita da injustiça condenatória.
Ao fraco, impotente e remediado cavam o medo do livre acesso à Justiça.
A crise da Justiça tem sempre paralelo com a crise moral e social.
A decadência moral e a dúvida sobre a imparcialidade da Justiça abrem portas ao populismo, ao retrocesso do Estado Social, ao nacionalismo e às Ditaduras.
Os senhores magistrados, o Ministério Público e a Procuradoria Geral da República não honram a liberdade e a democracia.
Tudo fazem, pela inércia, pela inépcia, e pela captura política, para abrir portas à perda da sua autonomia por decisão político-partidária.
Portugal, com o descrédito da Justiça, coloca o Estado de Direito democrático em crise.
A História tudo ensina.
É só ler os porquês das quedas dos Impérios, corroídos pela corrupção e por uma Justiça capturada.
Muito mais grave do que a crise económica e financeira é a crise de valores e a crise da Justiça.


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