quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

2011 para médicos

O que nos trará 2011?
Aperto financeiro, a exploração da palavra crise até ao limite do sustentável, o crescimento da economia paralela, o aumento da apetência para a fuga aos impostos, o desejo de desaparecer, por via de novos projectos ou de aposentação, o aumento da discrepância entre dificuldades mediatizadas e compras de telemóveis e carros topo de gama, etc., etc.
E para médicos?
Mais trabalho, mais doentes, menos médicos, mais responsabilidade, mais perigo e probabilidade de erro.
Parece inevitável a restrição financeira para o SNS. Teremos menos dinheiro mas, parece, as mesmas responsabilidades e o mesmo número de serviços, unidades e urgências. Parece já claro a mudança drástica na medicação, quer por via da obrigatoriedade de o fazer por DCI quer pela inevitabilidade de o ser em suporte digital.
A tentação dos gestores vai ser reduzir equipas, quer em número de médicos quer em qualificação.
2011 será um ano crítico para a qualidade do exercício técnico da Medicina.
Neste contexto é igualmente crítico o dia 19 de Janeiro.
Neste dia elege-se o novo Bastonário da Ordem dos Médicos em segunda volta.
Os médicos eleitores terão que escolher quem melhor terá condições de desempenho num cenário difícil e, principalmente, se o posicionamento da OM se fará, neste contexto, por via de muito chá e simpatia ou se por via de uma tensão e de um confronto q.b., por via de uma continuidade impossível de disfarçar ou por via de algo diferente e socialmente mais aceitável.
Isabel Caixeiro e José Manuel Silva são a antítese um do outro.
A escolha do futuro Bastonário não pode esquecer o que tem de ser feito (credibilizar) e onde tem de ser feito (Portugal em crise financeira).
Mas, para bem dos doentes e dos departamentos jurídicos dos Sindicatos, assoberbados por dezenas de processos de crime, ou cíveis com números indemnizatórios de corar, é essencial que o próximo Bastonário não se desvie um milímetro na defesa da qualidade do exercício técnico da Medicina, da qualidade formativa dos futuros especialistas e da Carreira Médica como suporte técnico e profissional dos médicos.
Da escolha de 19 de Janeiro se fará, também, a História do SNS.

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