sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A Galinha da Vizinha

A APAH, através do seu presidente Pedro Lopes, pronuncia-se no Jornal Tempo Medicina, de 5 de Outubro, mais uma vez negativamente, sobre o Acordo Colectivo de Trabalho subscrito pelos Sindicatos Médicos e pelos Hospitais EPE.
Também em repetição, a sua preocupação sobre a exclusividade e a separação entre o público e o privado.
A APAH está desfasada da nova realidade legislativa. A reforma da Administração Pública, na sua aproximação ao Direito do Trabalho, consagra princípios de não concorrência e de incompatibilidades e não de exclusividade. É na transparência de processos e na avaliação de objectivos, com lealdade e zelo, que se deve pautar a relação entre entidade empregadora e actividade médica subordinada. Lançar sobre os Acordos uma linguagem do passado não honra esta Associação e permite especular sobre os seus objectivos concretos.
Alguém sabe o que pensam para a Gestão Hospitalar?
Alguém os viu lutando por um pacote de cláusulas que permitissem melhor gerir os hospitais em termos humanos médicos?
Não conseguiram transmitir as suas ideias e as suas convicções mas outorgam poderes de subscrição para 25 Hospitais EPE?
O único objectivo desta Associação, e dos seus Presidentes, é estarem contra os médicos e as suas carreiras profissionais?
Nos bastidores da negociação dos Acordos (recorde-se que não apareceram por milagre mas que foram construídos arduamente ao longo de 15 meses de intensa e dura negociação) foram estabelecidas inúmeras pontes de contacto informal com este sector profissional de modo a que se previnissem e acomodassem posições entre gestores e médicos. Curioso é que, até hoje, para além das 40 horas de trabalho semanal, não conhecemos qualquer outro preceito laboral que os Administradores Hospitalares considerassem importante considerar em Acordo. Dali não saiu uma ideia, uma proposta, nada.
É assim eticamente reprovável que a crítica contra os médicos, por parte da APAH, se mantenha no términus negocial quando os administradores hospitalares estiveram sentados num dos lados da mesa negocial e assinaram, cremos que de forma não compulsiva, o Acordo submetido a publicação no Boletim de Trabalho e do Emprego.

Sem comentários:

Enviar um comentário